A sombra sobreposta


A existência audaz da estrela Sol
Faz de ti uma escultura pictórica
Onde o verniz da tua pele estala
No simples e belo arquétipo da tarde.
Não é somente uma imagem
É o reflexo, anexo à tua perplexidade
De ser lúcido e afável
Doce e queimado, ao mesmo tempo
Que dinâmico espreitando a ferocidade da luz.
Deitado nas mantas de algodão do tempo,
Espreitas a anatomia da tua silhueta,
Como que, quem levemente usa e abusa
Do uso e do fluxo ergonómico do ser.
Espantas-te virgem,
alegras-te no teu campo de batalha
que são sem sombra os espelhos
que te fazem sentir uma dupla ansia
naquilo que vês e naquilo que está perante ti.
Fugazmente retiras-te
Da viciação que és tu transmitida pelo reflexo.
Não és tu,
mas sim a sobreposição do universo criado,
pela mente delirante de teus pensamentos!
Uma imagem já lá vai, tu ficas quieta
Não és capaz de dizer, nem de imaginar
A sombra que vai e está atrás de ti.



05.junho.2017

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