Charles Darwin nasceu em 1809. Filho de Susannah, descendente do magnata industrial da cerâmica, Josiah Wedgwood, e de Robert Darwin, um abastado médico do Shropshire, Charles Robert Darwin era uma figura que pouco provavelmente se tornaria um cientista revolucionário. Após a sua formação com medíocre aproveitamento em Shrewsbury, seguiu as pisadas paternas, frequentando a Universidade de Edimburgo e cursando medicina. Em 1827, iniciou novos estudos em Teologia, na Universidade de Cambridge, por influência do seu pai que decidira interromper o acanhado progresso do filho na carreira médica, em favor de uma mais sólida e realista perspectiva como membro da Igreja Anglicana.
A verdadeira paixão de Darwin pela História Natural já era contudo bem patente. Em Edimburgo, enquanto membro da Plinian Society, liderada por estudantes, Darwin viu-se atraído por um mundo de debates radicais e materialistas, sofrendo predominantemente a influência de Robert Grant, um pensador evolucionista, perito em invertebrados marinhos, que acompanhou várias vezes em trabalho de campo e tentou igualar no campo das observações experimentais e pesquisas sobre as esponjas. Enriqueceu e aprofundou estas influências em Cambridge, onde desenvolveu as suas próprias observações e estudos, versando a vida das plantas e dos insectos. Acompanhou Adam Sedgwick, um eminente professor de Geologia, numa expedição ao norte de Gales. Desta forma, sedimentou os seus próprios conhecimentos sobre geologia e – facto ainda mais importante – tornou-se amigo próximo do Reverendo John Henslow, professor de botânica, cujo entusiasmo por todas os aspectos do seu trabalho contagiou Darwin. Darwin vislumbrava em Henslow o modelo vitoriano ideal do clérigo-naturalista, isto é, o resultado da fértil relação simbiótica que poderia existir entre o exercício das funções de pároco de uma pequena congregação e o desenvolvimento das suas próprias pesquisas científicas. Contudo, antes mesmo de Darwin conseguir assegurar um estilo de vida semelhante, Henslow recomendou-o como naturalista e acompanhante do Capitão James Fitzroy na expedição ao hemisfério sul, a bordo do navio HMS Beagle. Os efeitos de tal viagem viriam a revelar-se marcantes a vários níveis.
Entre 1831 e 1836, o cargo de naturalista a bordo do HMS Beagle permitiu-lhe aprofundar conhecimentos sobre um mundo natural totalmente novo. A sua incursão científica nas terras da América do Sul tornou-se uma experiência formativa, exercendo uma profunda e duradoura influência na sua visão inventiva da natureza, modelando definitivamente o arrojado mecanismo explicativo, cujos frutos se revelariam vinte anos mais tarde no livro A Origem das Espécies (1859).
A verdadeira paixão de Darwin pela História Natural já era contudo bem patente. Em Edimburgo, enquanto membro da Plinian Society, liderada por estudantes, Darwin viu-se atraído por um mundo de debates radicais e materialistas, sofrendo predominantemente a influência de Robert Grant, um pensador evolucionista, perito em invertebrados marinhos, que acompanhou várias vezes em trabalho de campo e tentou igualar no campo das observações experimentais e pesquisas sobre as esponjas. Enriqueceu e aprofundou estas influências em Cambridge, onde desenvolveu as suas próprias observações e estudos, versando a vida das plantas e dos insectos. Acompanhou Adam Sedgwick, um eminente professor de Geologia, numa expedição ao norte de Gales. Desta forma, sedimentou os seus próprios conhecimentos sobre geologia e – facto ainda mais importante – tornou-se amigo próximo do Reverendo John Henslow, professor de botânica, cujo entusiasmo por todas os aspectos do seu trabalho contagiou Darwin. Darwin vislumbrava em Henslow o modelo vitoriano ideal do clérigo-naturalista, isto é, o resultado da fértil relação simbiótica que poderia existir entre o exercício das funções de pároco de uma pequena congregação e o desenvolvimento das suas próprias pesquisas científicas. Contudo, antes mesmo de Darwin conseguir assegurar um estilo de vida semelhante, Henslow recomendou-o como naturalista e acompanhante do Capitão James Fitzroy na expedição ao hemisfério sul, a bordo do navio HMS Beagle. Os efeitos de tal viagem viriam a revelar-se marcantes a vários níveis.
Entre 1831 e 1836, o cargo de naturalista a bordo do HMS Beagle permitiu-lhe aprofundar conhecimentos sobre um mundo natural totalmente novo. A sua incursão científica nas terras da América do Sul tornou-se uma experiência formativa, exercendo uma profunda e duradoura influência na sua visão inventiva da natureza, modelando definitivamente o arrojado mecanismo explicativo, cujos frutos se revelariam vinte anos mais tarde no livro A Origem das Espécies (1859).
DARWIN, Charles – A origem das espécies. Lisboa : Publicações Europa-América, 2005. p. 13-14.
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