"Nos últimos anos, o estudo da escrita como método de psicodiagnóstico tem originado um crescente interesse na comunidade científica internacional. Os avanços nesta área têm sido tão rápidos que, actualmente, pode-se já falar numa verdadeira Psicologia da Escrita, como um ramo experimental da Psicologia da Linguagem.Em condições óptimas, o estudo da escrita alia grande abrangência e segurança de diagnóstico. O facto de a escrita poder ser utilizada como teste, sem o ser, evita os comuns óbices dos testes. Não admira, pois, que a escrita seja cada vez mais utilizada na área dos recursos humanos.
Num estudo realizado a uma enorme amostragem de empresas suíças de selecção de pessoal, publicado em 1996 pela Universidade de Berna, constatou-se que o estudo da escrita do candidato era o método de diagnóstico mais utilizado, muito à frente dos testes projectivos clássicos.
A Psicologia da Escrita, no entanto, possui muitas outras aplicações, onde é cada vez mais solicitada: em inúmeras áreas da Psicologia, da Psiquiatria e da Medicina, na área criminal e judicial, na investigação histórico-biográfica, etc.
Em Portugal, o tema não foi ainda minimamente explorado: este é o primeiro livro escrito por um autor português e aplicado ao nosso contexto sociocultural específico. Fruto de oito anos de investigação, destina-se sobretudo a psicólogos, psiquiatras, médicos, professores e gestores de recursos humanos, interessados em métodos inovadores. Destina-se também ao público em geral, com formação média ou superior, que procure um melhor autoconhecimento e enriquecimentopessoal. De facto, conhecer a Psicologia da Escrita, os seus pressupostos e princípios básicos é uma importante bagagem cultural e é mais um passo na sempre inacabada e fascinante tarefa que é compreender o ser humano".
QUEIROZ, Francisco - Introdução à psicologia da escrita.
Lisboa : Campo das Letras Editores, 1999.
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